terça-feira, 10 de julho de 2012

Brincadeiras nas férias para todos os dias

As férias estão aí e não é necessário muita coisa para divertir e estimular uma criança ao mundo das brincadeiras e da criatividade expansiva.


Brincadeiras simples, alegres, ritmadas e antigas como amarelinha, pega pega, esconde esconde, elefante colorido, queimada, cabra cega, ciranda, são algumas das brincadeiras tradicionais que até hoje permeiam nosso espaço e são alvo de sorriso e encanto no rosto da criançada.


Bambolê, corda, pião, carrinho de rolemã, pipa, bolinha de gude, são alguns instrumentos que facilitam esta passagem para o mundo lúdico sem gastar muito do seu bolso e garantindo muita diversão!




A criança necessita brincar ao ar livre e você pode proporcionar isso a ela, levando-a em parques públicos, zoológicos, brinquedotecas, enfim, até mesmo em sua própria casa. Você pode "construir" um mundinho tão lúdico de maneira singela mas que vai deixá-la bem feliz.

A idéia de criar este tópico é o de fornecer algumas desta brincadeiras neste período de férias. Faça uma programação. Pegue uma folha e lápis e vamos lá para as sugestões da Tia Ligia:

Dia 1 - Jogo da Amarelinha. É um jogo excelente para uma ou mais crianças. Com o auxílio de um giz e até mesmo uma casca de banana, a brincadeira já está feita. Desenha no chão a sequência de números abaixo. Pode-se chegar até 10. O céu e o inferno também podem ser invetidos. No céu pode pisar, no inferno deve-se pular, não pode nem encostar.


Jogue a casca de banana  no número um e comece a pular a amarelinha, na volta peque a casca e faça isso sucessivamente até chegar o número 7 ou 10 (final).

O mais importante é deixar a criança brincar a vontade. Depois ofereça um lanche da tarde e um banho quente.


segunda-feira, 9 de julho de 2012

Rapunzel

  Como nasceu a verdadeira estória de Rapunzel e suas tranças douradas?


Umas das mais belas estórias encantadas onde refere-se a uma bela jovem com enormes tranças tão poderosas, capaz de suportar até mesmo um peso de um homem.


Rapunzel é um dos contos de fadas publicado também pelos Irmãos Grimm, porém ela já existia. Os Grimm retratam uma adaptação ao conto de fadas Persinette que foi inicialmente escrito por madame Charlotte-Rose de Caumont de La Force em 1697. Rapunzel significa alface de cordeiro, um tipo de alface com folhas miúdas.

A primeira versão entretanto encontrada que já se refere a Rapunzel é datada na Itália no ano de 1637 por autoria de Giambattista Basile sob o nome de Petrosinella, que significa salsa.
No conto de Petrosinella, não há presença do pai de Rapunzel, somente a esposa grávida que pula a janela para roubar as salsas do quintal de uma bruxa.


Já na versão de Persinette, Rapunzel engravida e a bruxa desconfiada joga o amante de Rapunzel pela janela, o mesmo fere os olhos ficando cego. Sabe-se que no final da estória, Rapunzel o reencontra deixando uma lágrima cair em seus olhos o fazendo ver novamente. Não sabe-se entretanto do final da bruxa e do filho de Rapunzel.


Porém o conto mais conhecido de Rapunzel é a adaptação elaborada pelos irmãos Grimm. Filha de um lenhador que vivia com sua mulher grávida. Ao lado da casa do lenhador morava uma bruxa, feiticeira muito má. Na casa do lenhado havia uma janela que dava para o quintal da feiticeira onde haviam várias hortaliças. A mulher grávida com desejos de comer uma delas,no caso, rabanetes,acabou adoencendo. O lenhador pulou a janela e colheu um punhado deles. A bruxa descobriu e roubou a filha do casal, levando-a para uma torre onde a trancafiou por anos. Um dia um belo princípe que passava por lá, ouviu as cantorias da menina e decidiu subir na torre através de seus longos cabelos. A bruxa descobriu, levou Rapunzel a um deserto  e jogou o princípe do alto da torre.  O princípe caiu em espinhos e ficou totalmente cego. Um dia Rapunzel o reencontrou e deixou lágrimas caírem em seus olhos, lhe devolvendo assim a visão. Rapunzel e o princípe viveram felizes para sempre junto com seus pais, e a bruxa de raiva, se trancafiou na torre.




A Barbie também fez uma versão de Rapunzel numa época de mágicos e dragões.







A última versão elaborada de Rapunzel  ficou com a Disney no filme Entrelaçados.
O que mais me chamou a atenção nesta versão é o poder dado aos cabelos de Rapunzel, que já não usava tranças mas sim um cabelão comprido e bem penteado que passava por todo seu corpo estendendo-se ao chão. O cabelo tinha poderes especiais como o de combater os radicais livres (rs) e rejuvenescer a bruxa, assim como curar qualquer ferimento. Rapunzel se torna uma adolescente puramente aventureira e cheia de curiosidades sobre sua própria estória. Um final supreendente é que a bruxa nesta versão, finalmente morre.





Rapunzel se tornou um conto de fadas tão vívido e tão encantado por uma elaboração tão próxima da alma humana, que não dá para negar a sua grande importância no trajeto dos contos infantis.



Chapeuzinho Vermelho

Chapeuzinho Vermelho ou Capuchinho Vermelho é um dos contos mais conhecidos e aclamado pelas crianças e por que não dizer os adultos?! 




A sua origem é européia e muito provavelmente o início se deu no século XIV e desde então  sofreu várias alterações.


A versão mais conhecida é a dos Irmãos Grimm. Sob o título original de Rotkäppchen  os irmãos Grimm se basearam na versão anteriormente criada por Perrault, porém com um final feliz. Na versão dos Grimm, o logo engole a vovozinha e também chapeuzinho, um caçador abre a barriga do lobo e tira as duas com vida. Esta é a versão mais popularizada dos Grimm. Há porém outra versão dos Grimm, onde a vovozinha pede para Chapeuzinho botar fogo numa panela com água escaldante onde algumas salsinhas haviam sido cozidas. Não demorou para que o lobo fosse atraído pelo cheiro das salsichas. O lobo se afogou na panela. Esta versão é pouco difundida, sendo a primeira mais conhecida e adorada pelas crianças.




Mas não podemos deixar de citar Perrault, pois foi ele que criou uma das versões mais antigas já impressa do capuchinho vermelho. Sob o título de Le Petit Chaperon Rouge,  retirada de um conto francês refere-se a uma mocinha que é enganada pelo lobo mal, sendo que no final a vovozinha e a capuchinho são engolidas pelo lobo e são devoradas. Na versão de Perrault, ele retrata uma moça bonita, meiga e educada que facilmente é enganada por um estranho (neste caso, o lobo). Um lobo gentil por sinal, a início todo atencioso com capuchinho, mas no final ele desejava era mesmo sua pele.

Mas quem pensa que as versões de Chapeuzinho acabaram por aí, se engana. Existem outras menos conhecidas mas com tanto glamour que vale a pena citá-las aqui.


Numa versão totalmente com final feliz, onde chapeuzinho é salva não pelas mãos do caçador mas sim por um feitiço que é realizado em seu capucho de ouro que era totalmente encantado. Esta variação pertence ao autor Andrew Lang.


Os significados dos símbolos deste conto despertam uma simbologia de ciclos naturais. O capuchinho vermelho representa o Sol. O Lobo representa a Lua. A barriga do lobo cortada pelo caçador para libertar a vovozinha representa o Amanhecer.


Como não seria diferente, há também a conotação sexual, assim como em todos os outros contos. O manto vermelho de capuchinho representa a menstruação, e o horizonte obscuro da feminilidade. A capa significa o hímem, e o finalmente o lobo representa a imagem de um homem.


Dentro do contexto psicanalítico, é uma das estórias que mais tem apelo erótico pelos adultos.

Uma estória encantada

Muitas vezes podemos recorrer as estórias criadas pela nossa mente e imaginação. Nem sempre precisamos   contar a "velha estória" já conhecida ou nos dedicar apenas ao uso de livros, o que geralmente cria dependência e não estabelece uma relação sadia e verdadeira com a criança. O melhor seria você sempre poder contar uma estória sem a presença de figuras ilustrativas ou mesmo de um livro, estimulando sempre que a criança floreia a sua estorinha com sua própria imaginação e criatividade.



Eu mesma faço isso com minha filha. Ela costuma me pedir para contar uma estória geralmente quando vamos dormir: "Mamãe conta uma estória da sua cabeça".... risos.
Sei que há uma linha de pedagogos que são contra e outra linha que é totalmente a favor. Mantenho-me na posição da liberdade literária e por isso acredito que estórias/histórias contadas e criadas sob uma nova fonte alternativa também podem estimular a imaginação da criança.


Muitas vezes a própria criança sente vontade de criar uma estória e isso é fabuloso tanto do ponto de vista psicológico quanto espiritual. A mente já se torna capaz de elaborar um início, meio e fim de um conto qualquer o que estimula os primeiros contatos com a imaginação e criação infantil. Por outro  nos fortalece como educadores (seja pai, mãe), ou seja, aquele educador que apoia a criatividade e a imaginação humana dentro de seus contextos e de seu elo em relação a si próprio e ao meio.
Bichinhos e borboletas 1024x768 Papel de Parede Wallpaper


Algumas dicas para que você comece a contar estórias criadas por sua mente.


- deixe seu coração dominar a mente, introduzir uma estória com carinho e amor;
- mantenha sempre uma figura animada, seja de animais, pessoas, fadinhas, gnomos, etc, dê-lhes vida;
- mantenha cores, retrate-as bem como sabores, perfumes, indicação temporal (dia ou noite), indicação de temperatura (quente ou frio);
- dê enfoque as emoções e gesticulações com as mãos, boca, olhos ou corporal;
- adentre na estória, seja um personagem ativo e vivo;
- deixe a criança participar ativamente, dando nomes aos personagens, por exemplo;
- deixe sua imaginação correr solto e alegremente, faça com que a estória mantenha um começo, meio e fim;
- conte a mesma estória várias vezes;
- não esqueça esta estória em um canto qualquer, se possível, reescreva-a num papel para você ter a chance de contá-la mais vezes, em outras ocasiões. Não a deixe perdida somente numa época;
- deixe a criança pintar a estória no dia seguinte, de forma livre, espontânea e natural.